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O comércio global de óleo de soja deve sofrer uma redução de 1 milhão de toneladas, ou 4%, na safra 2008/09, por causa da queda dos embarques dos Estados Unidos e do maior uso doméstico para a produção de biocombustíveis. Apesar disso, o movimento total de óleos vegetais deve crescer 3,2% no ciclo. A previsão foi divulgada hoje pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

"Na contramão dos óleos de palma, canola e girassol, o comércio mundial de óleo de soja deve cair, algo que aconteceu apenas uma vez nos últimos 10 anos", afirma relatório da entidade. O principal responsável pela contração no comércio são os Estados Unidos, que devem exportar seu menor volume em três anos - 6 milhões de toneladas. O dado inclui o óleo contido nos embarques de soja em grão.

De acordo com a FAO, o tamanho da safra e o menor conteúdo de óleo nos grãos, aliados à necessidade de recomposição dos estoques e à maior demanda pelos produtores de biodiesel, explicariam a queda das exportações americanas. Alguns desses fatores também poderiam provocar uma retração nas exportações de Brasil e Argentina.

Nos Estados Unidos e no Brasil, o participação dos biocombustíveis no consumo total de óleos vegetais deve crescer para 17% e 20%, respectivamente. Na Argentina, a produção de biodiesel, especialmente para exportação, responde por cerca da metade do consumo total de óleos vegetais.

A FAO disse que o crescimento de 6% nos estoques mundiais de óleos vegetais previsto para a safra 2008/09 será apenas uma recuperação parcial em relação ao ano passado, quando o volume armazenado ficou abaixo da média. Em contrapartida, os estoques de óleo de soja devem cair pelo segundo ano consecutivo. As informações são da Dow Jones.

Gerson Freitas Jr.

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